O debate sobre a educação se insere em um debate maior que se desenvolve, me parece, no interior do iluminismo Europeu. Nossas preocupações com a educação foram herdadas da tradição liberal Európeia e como tais, trazem consigo os mesmos vicios e virtudes. Seria pedante da minha parte trazer a tona todas as minuncias desse debate cujas principais nuances podem ser dectadas em pensadores como Nietzsche, Paulo Freire, Dewey ou Mesmo Richard Rorty. Consiste a preocupação com a educação uma das facetas mais complexas da cultura liberal por dois motivos:
1- Nessa preocupação instalou-se o anseio cristão por "melhorar os Homens"
2- Na educação também reside o anseio por tornar os Homens capazes de decidir "livremente" seus destinos.
A respeito do primeiro tópico não é preciso dizer que o anseio por melhorar o mundo, conquanto antigo, já justificou coisas que não o melhoraram em absoluto (e ademais, como diria Espinoza, "O que é certo de um lado dos Pirineus é errado do outro")ou seja não possuimos fundamentos que justifiquem colocar a educação "acima"(em sentido moral) de outros procedimentos de treinamento social. Com relação ao segundo tópico, não parece contraditória a sentença "ensinar a ser livre"? uma vez que a liberdade seria algo pessoal e em primeira pessoa? ou então, a liberdade não é qualquer liberdade, e liberdade do individuo concreto, mas antes, liberdade do individuo idealizado e "purificado" das impurezas de sua alienação. A libertação das cadeias do dêmonio, diria mais sinceramente um pastor.
NA verdade os tópicos que levantei a guiza de critica a idealização da educação perpetrada pelo marxismo ( e pelo cristianimo também) não pretendem desqualificar a educação, mas apenas inseri-la entre as outras atividades humanas, para caracteriza-la, finalmente, como um campo de indeterminação e incerteza na qual todas as possibilidades e ferramentas de uma cultura poderiam ser jogadas, mas, como em todo jogo, sem supor qualquer necessidade nos resultados dessa aposta.
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