domingo, 19 de outubro de 2008

Nota sobre Max Stirner e o Anarquismo

É fato notório que a historiografia tem associado o pensamento Stineriano ao anarquismo. Deve-se isso em parte a Henry Mackay, em parte a Bakunin e a Engels que o chamou "profeta do anarquismo" e, não podemos negar, a algumas carateristicas do pensamento do próprio Stirner. Entretanto, é tambem uma caracteristica não menos relevante do pensamento Stineriano a rejeição de qualquer orientação "ideologica" para a ação dos individuos, bem como a rejeição de qualquer universalidade no que diz respeito a que atitude adotar diante da situação vigente. Para constatar essa observação basta reportar-se a diferenciação que Stirner opera entre "revolução" e rebelião". Enquanto aquela refere-se a um ato de rejeição a um estado vigente de coisas dadas, visando um outro estado mais desejavel e melhor, a rebelião refere-se a rejeição de qualquer coisa que vem ao encontro do individuo revestida do carater de "Sacralidade". Enquanto a revolução aspira a um novo estado "estavel" de coisas a rebelião rejeita qualquer estabilidade, nessecidade e "compromisso". As aspirações comunitaristas, filantropicas e (talvez) vegetarianas do anarquismo, conquanto não sejam contraditórias com a noção de rebelião, também não tem nenhuma relação de necessidade com o referido termo. São todos os ideais, aspirações e criticas "sagrados" se não tem como próposito o Gozo e a afirmação daquele que perpetra tais atitudes. Se o anarquismo não para na constatação da assimetria entre as vontades e na rejeição de qualquer constrição sacralizada, e ainda persegue um estado ideal e melhor, move-se ele no que Stirner denomina "cirulo mágico do cristianismo".

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